domingo, 15 de novembro de 2015

Sonho*

Quando penso que controlei meu instinto
E que não preciso mais sentir por você,
Desejo

Reaparece por detrás de transparente redoma
Olhando-me de soslaio,
Insinuando coisas,
Deixando-me ofegante,
Sem saber o que pensar
Sem saber o que querer.

Mais uma vez te quero, 
Salivo
Em meu desejo por você.

O que deseja?
Ouço a pergunta
E não sei que responder.

Eu desejo você!
Te comer, me lambuzar,
Me inebriar no seu cheiro de baunilha e canela
Que me enlouquece.





*de padaria J

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Dois



Me laçou assim no meio da rua
Passou suas mãos nas minhas
Sem tempo certo
Sem noite certa
Quase chorou
Seus olhos cabem nos meus sonhos mais secretos
Sem tempo pra amar
Sem tempo de sentir medo
Me laçou assim no meio da rua
E me levou pra casa
Sem palavra
Sem noite certa, sem noite certa
Sem sorte
Não tive tempo de dizer
Não
Um
Dois


Poderia ser Ricardo Fiuza, mas é NoPorn.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O menino e o fogo


Cuidado, menino!
Não brinca com fogo,
senão cê queima
e faz xixi na cama!

Mas mesmo longe do fogo,
brincava com ele em pensamento.
E brincando com fogo aprendeu a dançar
Igual às labaredas do próprio fogo.

E dançando se fez fogo
e seguiu,
encantando meninos e meninas
com os mistérios que o fogo tem.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Poema para alguém (que talvez esteja na Rússia)


Observo-te à distância
E a distância me consome
Queria perder-me em teus abraços
Buscar-me em teus olhos
Encontrar-me nos teus lábios
Mas algo se passa
Perco a oportunidade
Suspiro e remoo-me
Talvez seja medo
De que (eu) não corresponda o que por mim sentes
Ou que não corresponda o que por ti sinto
Estranho essa estranha paixão
Forte, presente, porém distante
Tocar-te não posso
Mas nesta tela à minha frente meus olhos encontram os teus
Então, inebriado de sentimentos, invento mil fantasias
Se sabes, não sei

Talvez melhor nem saber

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Por acaso ou por descuido


Numa tarde tropical de frio intenso,
ou,
Numa noite polar de cáustico calor,
(não se sabe)
dois olhares se cruzam,
como duas avenidas.

Abre parênteses.

Um transeunte, lucidamente louco,
Losing your religion and recovering.

Um olhar.

Uma figura mitológica-urbana,
carregada de significantes
a trinta e cinco centavos.

Um olhar e uma palavra.

Um olhar, uma palavra e um passo.
Uma conversa casual, um passo,
e outra e outro.
No fundo um beijo,
ou coisa-outra que o valha
ou lhe assemelhe.

Fecha parênteses

O que foi isso?
(Ou aquilo?)
Um rio?
uma autoestrada?
um engarrafamento?

Só o tempo mudo
poderá dizer palavralguma
se palavra for necessária
alguma.



quinta-feira, 12 de abril de 2012

Simon's Cat




Encontrei esse video por aí e achei lindo. Quem gosta de gatos assim como eu vai gostar, sem dúvidas.

http://www.simonscat.com 

quarta-feira, 7 de março de 2012

Pétala

É você,
aura de planta 
que se faz matéria.
E encanta quem passa
sem nada pensar.
E se faz imortal
enquanto dura 
no emaranhado
do humano pensamento.
Se chega aos olhos, 
se decompõe em doce lágrima.
Ao coração,
aconchega em leve palpitar.
Se toca a face,
carinho doce, efêmero,
prenúncio de doce beijo:
sol, chuva, arco-íris.
E nesse instante somos um só,
minha pétala.