segunda-feira, 30 de maio de 2011

ALTERIDADE

Tenho motivos de sobra para chorar, no entanto sorrio.

Tenho motivos também pra gritar, mas me calo.

Será isso impulso sublime do espírito ou fraqueza da alma?


Não sei.


Tudo tem mais de um lado:

CORAGEM DE FUGIR também pode ser encarada como o MEDO DE FICAR.

MEDO DE MUDAR pode ser VONTADE DE PERMANECER.


Mas tudo isso é julgamento.

Como julgar se não sabemos o que se passa dentro do outro?

Podemos sim exercitar a ALTERIDADE, nos colocando como sendo o outro...

mesmo sendo impossível anular o que somos...

e também impossível desvendar o MISTÉRIO que o outro é...

Chegamos a um meio termo, que não sou eu, nem é o outro, mas um "mínimo múltiplo comum", ou coisa parecida...



Se alguém discorda, tudo bem, isso apenas nos mostra que existe um OUTRO LADO.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sobre homens e bolhas de sabão


Bolhas de sabão encantam os olhos de crianças, jovens, adultos, idosos...

Acho que na verdade, na presença de bolhas de sabão, todos voltamos a ser crianças.

Bolhas de sabão são efêmeras...

A efemeridade também é uma característica do que é humano...

Tudo é, enquanto existe.

O que mais encanta na bolha de sabão é a sua característica de transparência: é possível ver tudo que está dentro e, por ser tão fina superfície, decompõe a luz do Sol, tornando-se multicolorida, ou melhor, iridescente.

Se os homens pudessem ter, moralmente, a espessura de uma bolha de sabão, talvez vivêssemos em um mundo melhor...

Ou melhor, se os homens tivessem o seu interior livre de toda mesquinharia e maldade, talvez, pudéssemos ser transparentes como bolhas de sabão...


Bolhas de sabão nos ensinam que:

interior = exterior

Ao romper-se a fina camada que os separa,

Não há dentro nem fora,

Há uma universalidade,

Atemporal.

(ou não)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Eu Não Quero Voltar Sozinho - Curta Metragem

Olá, Perseguidores do Fabuloso Imaginário!

Assisti esse curta metragem e não pude deixar de colocá-lo aqui, ainda mais nesses tempos em que se fala tanto em homoafetividade. Não estou aqui levantando bandeira alguma, apenas divulgando um trabalho muito legal que encontrei em meus vôos rasantes pela rede mundial de computadores, também conhecida como internet. Como diria Diego Veloso: "Arte, puramente Arte!"





Eu Não Quero Voltar Sozinho

Sinopse: A vida de Leonardo, um adolescente cego, muda completamente com a chegada de um novo aluno em sua escola. Ao mesmo tempo, ele tem que lidar com os ciúmes da amiga Giovana e entender os sentimentos despertados pelo novo amigo Gabriel.

Elenco:
Ghilherme Lobo, Tess Amorim, Fabio Audi

Roteiro e Direção:
Daniel Ribeiro

Produção Executiva :
Diana Almeida

Fotografia:
Pierre de Kerchove

Direção de Arte:
Olivia Helena Sanches

Montagem:
Cristian Chinen

Edição de Som:
Daniel Turini e Simone Alves

Trilha Sonora:
Tatá Aeroplano e Juliano Polimeno

Produção de Elenco:
Alice Wolfenson e Danilo Gambini

http://www.lacunafilmes.com.br/sozinho

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Sentimento de não-pertencimento (entre parênteses)

Sabe quando você cansa de Londres e que mudar pra Paris?
Então... é isso!

Sentir-se não-pertencente.
E talvez seja apenas coisa da minha cabeça-ombro-joelho-e-pé,
A querência da mudança
interna mais que externa.
Meu sapato é muito pesado
E a vizinha, na sala, conversa com minha mãe.
Meu irmão brinca com o gato,
E eu ainda não tomei banho.
De cachoeira seria bom... mas não animo sair sozinho pro meio do mato.
Talvez eu seja por demais exagerado, apesar de tentar não sê-lo,
e toda essa teatralidade torne minha vida um pouco condensada (hum... com chocolate... quero brigadeiro...)

(e esse texto tá parecendo letra de música, traduzida com o tradutor do Google, não tá?)
Talvez seja o não-pertencimento...
Nem sei mais que escrever!

(na verdade ia escrever mais um texto da série "Sobre Homens", mas o não pertencimento msnizado com Diogo Machado foi mais forte e inspirador que falar sobre homens e coisas)

alguém entendeu esse texto? porque nem eu...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Autopsicografia

Fernando Pessoa


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.