sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Meio xadrez

Hoje eu acordei meio xadrez:

Ouvindo músicas,

Pensando na vida,

Meio desbocado até.


Cantando indecente

Cantigas profanas,

Olhando pra fora

Com pena de tudo.



Mundo penoso,

Derretendo,

Desmontando.


Meu café esfria na caneca ao meu lado

E uma voz de mulher sussurra ao meu ouvido:

“até onde posso ir pra te resgatar?”

No phone de ouvido.

A mesma mulher desbocada

que comeu a Madonna.


Me faz pensar: que mundo é esse?


Eu continuo xadrez,

Meio um,

Meio outro.


Gostando disso

E daquilo,

E daquilo outro ao meio reflexo,

O côncavo e o convexo.


Meio anjo,

Meio demônio,

Caminhando pela corda-bamba.

Tendo um olho no ontem

Outro no aqui e agora.


E o terceiro no futuro

Incerto.



Porém repleto de certezas

Certamente incertas

Como um jogo de dados.



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