Hoje eu acordei meio xadrez:
Ouvindo músicas,
Pensando na vida,
Meio desbocado até.
Cantando indecente
Cantigas profanas,
Olhando pra fora
Com pena de tudo.
Mundo penoso,
Derretendo,
Desmontando.
Meu café esfria na caneca ao meu lado
E uma voz de mulher sussurra ao meu ouvido:
“até onde posso ir pra te resgatar?”
No phone de ouvido.
A mesma mulher desbocada
que comeu a Madonna.
Me faz pensar: que mundo é esse?
Eu continuo xadrez,
Meio um,
Meio outro.
Gostando disso
E daquilo,
E daquilo outro ao meio reflexo,
O côncavo e o convexo.
Meio anjo,
Meio demônio,
Caminhando pela corda-bamba.
Tendo um olho no ontem
Outro no aqui e agora.
E o terceiro no futuro
Incerto.
Porém repleto de certezas
Certamente incertas
Como um jogo de dados.
Ótimo, Ricardo... beijos da Leka.
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